Nome do Produto: | Manteiga de Murumuru | |
Nome em Inglês: | Murumuru Butter | |
Nome Científico: | Astrocaryum murumuru | |
Composição (ácidos graxos): | Caprílico: 1,85% Cáprico: 1,85% Láurico: 45,46% Mirístico: 24,80% Palmítico: 6,28% Esteárico: 2,63% Oleico: 11,56% Linoleico: 2,87% |
|
Murumuru
A palmeira murumuru (Astrocaryum murumuru) é abundante na região Amazônica brasileira, estendendo-se até a fronteira com a Bolívia e Peru. Ela tem preferência por áreas periodicamente alagadas, especialmente nas ilhas e terrenos baixos à beira dos rios, em todo o estuário do rio Amazonas e seus afluentes, em formações florestais densas ou semi-abertas. É também encontrada com frequência nas terras de várzea na ilha de Marajó. De acordo com PESCE (1941) em “Oleaginosas da Amazônia”, o tronco, as folhas e o cacho de frutas são recobertos de espinhos de cor preta; são duros, resistentes e no tronco podem alcançar mais de 20 cm de comprimento, o que torna penosa a colheita deste fruto. Quando o fruto está maduro, o cacho cai inteiro no chão. O fruto é coberto por uma polpa amarela, que é bastante apreciada como alimento pelos animais roedores, que deixam o caroço limpo. O caroço contém uma casca lenhosa e somente em estado seco é possível de separar a casca da amêndoa. Em geral, 100 Kg de caroços secos (12 a 15% de umidade) rendem entre 27 a 29 Kg de amêndoas. Destas amêndoas, é possível obter de 40 a 42% de óleo.
Manteiga de Murumuru
A manteiga de murumuru é uma gordura in natura, rica em ácidos láurico, mirístico e oleico. O fruto contém uma gordura branca, inodora e sem gosto especial, com a vantagem de não rançar facilmente, pois é rica em ácidos graxos saturados de cadeia curta, tais com os láurico e mirístico. A qualidade desta gordura não é muito diferente da gordura da amêndoa do tucumã, do dendê e do coco, porém tem a vantagem de apresentar maior consistência por conta de seu ponto de fusão (32,5º C), que é superior ao do dendê (25º C) e do coco (22,7º C). Possui baixa acidez (4 a 5%) e já foi muito valorizada na Europa e Estados Unidos durante as décadas de 40 e 50, quando foi amplamente exportada e utilizada na fabricação de cremes vegetais e sabões. Conforme Morais (2011) em “Química de Oleaginosas – Valorização da Biodiversidade Amazônica”, a manteiga virgem de murumuru, especialmente quando associada à de ucuuba, forma uma espécie de filme sobre a pele, protegendo-a sem trazer quaisquer prejuízos aos poros (tal como ocorre com o óleo mineral). Trata-se, portanto, de um excelente produto para peles ressecadas e cansadas. Em cremes para os cabelos, ela é empregada em formulações para manter os cachos, além de nutrir os cabelos e fortificar as raízes. Em shampoos, costuma-se utilizar de 0,5 a 1% desta manteiga. Já em condicionadores, cremes, loções hidratantes, sabonetes, batons e desodorantes, a concentração varia de 0,5 a 8%.